terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Prisão Solitária

Enlouqueço com mais rapidez que o esperado. O tempo de Formação quase exemplar anula-se com o tempo de Informação desnecessária. Por isso não há produção plena. Não como deveria.

(Se) O pensamento programado que critico (nas pessoas) é uma não escolha, ainda assim a escolha que acredito ser a minha está contaminada por influências nocivas.

A experiência é (então) desperdiçada com tentativas frustradas de aceitação.

A mesma sociedade que me rejeita, me dá nojo. Aos poucos não me incomodo mais com seus disfarces oculares. Em momentos deixo de me importar e faço o que quero. Isso sim me preocupa verdadeiramente.

Invento o que fazer para passar o tempo, sozinho. A esperança escorre bueiro abaixo como a água da chuva que molha as lentes dos óculos surrados. Surge mais uma patologia.

Calado, isolado. Numa solitária sem grades, mas com luzes artificiais e muitos guardas. Todos são guardas. E juízes, que condenam o diferente ao Limbo, sem purgatório.

(E o moleque a inalar cola na esquina. e a mina a ser puta.)

Suicidam-me. Resisto, escrevo, os mato.
Nem o mato me consola.

Já estou morto.
E também estou aqui agora.

corpo morto, mente louca, vivo, sóbrio.
morto.