segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

+ carnaval

o carnaval pode melhorar o mundo. longe é a sua maturidade.
estive pensando em tudo que li do Roberto da Matta sobre o carnaval, ou das músicas do Chico, neutra ou com otimismo, de um carnaval saudoso, da reciprocidade.

duas bandas de bunda protegem valiosos bens durante o sono da viagem de volta ao cotidiano.
observo por sombra a retirada da fantasia, o retorno do pacato cinco dias ou mais por dois dias de fuga. das lotações não humanas que nos carregam.

reciprocidade num bar de final de semana não tem o mesmo riso de quando somos as crianças brincando, fantasiadas. hoje posso extravasar um, amanhã outro e até nas cinzas o mais pierrot de meus personagens.

a abertura do corpo é permitida, o porre, o  mendigo.
durmo nas ruas e nos copos de sei lá quem.

mijam no trem, nos muros.
drogamos-nos de euforia e de beijos.

fingimos orgamos. paixões terminam e fingem começar.

e morro sozinho. de baixo de um lindo pé de acerola.
às 4 ela me abraça na reciprocidade do perfeito cultivo.
penso numa foto e tento sem êxito.
pelo menos sua doçura amarga é a mais verdadeira das que experimentei por esses dias.